quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

"Exemplo", jovem com síndrome de Down é faixa preta em Taekwondo Bruno Guimarães

 Há 15 anos, o jovem goiano Bruno Guimarães, hoje com 24, se dedica aos treinos de taekwondo. Sua luta diária vai além dos momentos em que fica no tatame da academia em Ipameri, onde mora, a 200 km de Goiânia. Com síndrome de Down, ele supera as adversidades de sua condição e já conquistou a faixa preta na modalidade. Além disso, o lutador vai disputar pela primeira vez um torneio na Europa e sonha participar das Paralimpíadas. 

Bruno está na capital para treinar com mestres mais experientes. Dono de grande flexibilidade e vigor físico, o jovem dribla a dificuldade de aprendizagem e a menor força muscular.

A confiança é tanta que Bruno já coordena parte dos treinos com o aval do professor. 

- Ele fica fazendo alongamento e aquecimento para os outros alunos e quando eu volto ele pede para ficar um pouco mais - diz o professor Átila Moura. 

Enquanto ouve a fala do mestre, o aluno abusado interrompe e deixa claro, de forma bem humorada, que planeja praticar o esporte ainda por muito tempo.

- Eu vou pegar a faixa do professor.

Rumo a Europa
Bruno já venceu algumas competições nacionais que disputou, mas neste momento prepara para a mais importante até então. No final de fevereiro, ele viaja para a Áustria, onde vai competir em um torneio contra outros atletas que também têm síndrome de Down.

Alguns países já organizam competições exclusivas para pessoas na condição do jovem. No entanto, a modalidade nas Paralimpíadas se restringe somente a atletas amputados. Mesmo assim, os treinadores acreditam que é possível sonhar com a participação.
- A gente vai fazer um trabalho através da federação para ver se em 2020 a gente consegue levar ele para a Paralimpíada - vislumbra o Mestre Sobrinho.

Exemplo
Se no tatame Bruno dá show, em casa ele também é a estrela. Para Carlos Alberto, pai do atleta, o filho é um exemplo de superação a ser seguido e admirado.

- A gente tem mesmo é só aprender com ele porque ele nos ensina a viver. A gente tem mais é que a apreender. Ele é um exemplo.
Brincalhão, ele também cativa a todos durante os treinos.

- Ele emociona a gente porque na hora em que ele chega à academia, todo mundo fica alegre. No dia em que ele não vai à academia, é uma tristeza - diz o professor.
 29/01/2015  Goiânia


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